Ao longo do tempo, a alma humana vai tendo diversas experiências em várias personagens diferentes, para evolução do seu crescimento neste universo onde estamos inseridos, vivendo papeis de pai de família, trabalhador, ajudante, agressor ou talvez mesmo só como espetador da vida… por vezes como apreciador, usufruindo simplesmente duma bela alegria. Outras vezes porém, vivenciando a vida como vítima…
Estas experiências permanecem como hábitos difíceis de sair da memória da célula, nascem connosco e fazem parte de nós, respirando quando nós respiramos, identificando-nos com aquela forma de estar. Não existem obras do acaso e são realidades que se repetem por vezes por gerações, como padrão de pais para filhos ou de avós para netos…
Na sua tendência parecem existir como personalidades agregadas, entidades que fazem parte da própria família, alimentando-se talvez de nós, mas com quem nos habituámos a conviver… atraindo as mesmas circunstâncias, conflitos, bloqueios, afetando-nos a saúde, evolução, influenciando o nosso caráter, atraindo o nosso destino…
O ser humano é porém um predador que, na sua vaidade, julga ser o último da cadeia alimentar… esquecendo-se que para o Universo onde está inserido, nada é bom ou mau e, que tudo funciona por uma lei de atração.
O padrão de vítima será aquele que mais se manifesta na nossa sociedade humana, fazendo parte da cultura, da educação, religião e família. Este estado de ser tem-se desenvolvido e cultivado tal como uma erva daninha que cresce e destrói o nosso jardim e a dos vizinhos. Foi alimentado pela educação e cultura dos povos, cultivado por guerras ancestrais e por crenças, leis, regras e religiões que procuravam a existência de culpados para os males do mundo. Na realidade, por vezes a vítima é um predador disfarçado que procura recompensa por algo em que foi afetado. Alimenta muitas vezes uma raiva não expressa que corrói o ambiente onde vive, trazendo até para ele próprio a doença – espiritual, psíquica, física. É também veículo para um vampiro moderno, disfarçado por detrás dum sorriso trocista, procurando a presa no ambiente que o rodeia e, iniciando a sua existência no berço da família. É exemplo disto o filho que não aceita a falta de amor que teve do pai, ou o pai que perdeu a sua própria mãe ainda em criança, passando o padrão de falta de amor de geração em geração, indefinidamente por cenários diferentes… trazendo consigo a mesma insatisfação ou carência, medo da perda, a não-aceitação dum passado e… a personalidade de vítima, projetando-se mais tarde na sua vida – na sua zanga com o amor e na autoestima, pois não se sente merecedor. São porém inúmeras as situações que nascem no seio familiar tal como este exemplo… sem alguém se aperceber que se repetem…