Patrícia
Exemplo dum caso de Terapia Regressiva de Memória
Quando a zanga com o amor elimina também o prazer…
Questiono-me por vezes quando poderá o homem ter perdido o contacto com a sua verdadeira Essência… ou se estará só neste momento atual à procura desse contacto…
Talvez devêssemos reconhecer que o nosso percurso por aqui é só uma leve passagem duma viagem que fazemos, ou mesmo consciencializar-nos de que não pertencemos a este planeta… nem ele a nós.
Muitos seres humanos parecem por vezes robots computorizados e inteligentes, mas inconscientes da verdadeira realidade em que vivem. Com uma certa arrogância julgam controlar tudo, quando na realidade nem conscientes estão. Se poderei estar a sentir-me desenquadrado ou diferente? Sim, às vezes tenho a sensação de ser uma espécie de informático que soluciona diferentes problemas em computadores químicos e robotizados…. talvez em parte um “técnico espiritualizado” que entende a linguagem da alma no ser humano, sem se sentir diferente dos outros por isso, mas sim um pouco desenquadrado de alguns hábitos…
Lembro-me de já me terem surgido vislumbres ou memórias soltas de estar numa gare a consertar ou preparar naves ou aeronaves modernas computorizados, com imensos fios, peças electrónicas, tubos saindo do seu interior, espalhados pelo chão, conectando softwares inteligentes a veículos de transporte modernos ou talvez galácticos, preparando-os possivelmente para as suas viagens interdimensionais… e questionar-me se será algum trabalho paralelo que faço noutro lugar ou se tudo não passará dum sonho…
No mundo em que vivemos muitos dos robots computorizados são constituídos por programas não muito saudáveis que trazem há muito tempo sem o saberem. Nascem, crescem e morrem às vezes sem a consciência do que transportam, nem o que isso lhes faz. Trazem consigo velhos programas e registos… onde precisariam fazer um reset e substituírem por um novo software que lhes seja mais saudável, naturalmente com a vontade e o livre arbítrio de quem pertencem, ou seja – da sua alma.
Os programas vêm por vezes dum elemento infinito e reabrem-se no finito – são reabertos com o nascimento dum novo indivíduo, onde poderão ser reconhecidos e transmutados, ou não – fazendo parte duma nova experiência que a alma quer encontrar. Porém, para se alterarem antigos programas akáshicos através da Terapia Regressiva de Memória será necessário fazer-se um trabalho recetivo e reconhecido pela consciência do disco rígido do computador… sendo importante que o robot deva confiar totalmente na capacidade do técnico bem como no seu trabalho, desde que saiba naturalmente que o mesmo tem no seu curriculum o registo duma ótima experiência e bons resultados nesta área. Um bom técnico informático que entenda os desígnios da alma deve ter a sensibilidade de reconhecer o que precisa de ser substituído num velho computador – e que este por vezes, poderá necessitar de vários tipos de terapias diferentes…
“Porque é que programas antigos permanecem para além da morte física dum dado computador?” – Perguntam-me por vezes… Simplesmente porque se a morte física dum dado veículo for completa e nada permanecer do programa antigo tudo é transmutado. Porém, se existiram ficheiros de traumas, situações e emoções que não ficaram completamente limpas do velho programa, anteriores ficheiros permanecem no corpo vital – na memória da energia de vida e, quando se liga a corrente elétrica (de vida) ao novo computador, surgem os tais antigos programas novamente… É muito normal que o próprio robot nem sequer saiba que o sistema que transporta não lhe é saudável, pois não reconhece outra forma de existência.
Já agora, convém dizer que poderá ser importante por vezes o técnico verificar as ligações existentes entre os vários computadores onde este software possa ter sido introduzido, no mesmo cliente…
Irei contar-vos um caso interessante dum certo programa que vinha com alguém…
Segundo consta, um dos principais pontos de equilíbrio nos relacionamentos conjugais – de amor e paixão entre dois seres – será a satisfação sexual que ambos os parceiros poderão usufruir. No entanto a sexualidade também será a causa de diferentes programas com grandes traumas, dependências, jogos de poder ou obsessões… algo que será bastante mais recorrente do que possamos imaginar. Uma simples necessidade fisiológica e humana é também confundida com o amor – algo que o robot procura encontrar em diferentes locais e momentos, muitas vezes iludindo-se…quando está no inicio de aprendizagem desta matéria.
Patrícia com o seu sorriso jovial, com as fases rosadas e uma cara bem-disposta não me fazia adivinhar a questão que trazia para resolver quando apareceu na sua primeira consulta. Na anamnese apercebi-me que o seu nascimento teria sido só possível com o auxílio de ventosas, o que para mim isso já indiciava sofrimento que viria de um passado seu…
Queixou-se que evitava ter o ato sexual com o seu atual marido, com quem vivia há cerca de 8 anos e, mesmo até, que raramente teria surgido o prazer ou orgasmo nela durante o ato. Estava bem consciente de que o companheiro seria totalmente inocente neste seu bloqueio, bem como da sua dificuldade de demonstrar ou mesmo de lhe permitir carinho. A cliente pareceu-me ter muita vontade de resolver rapidamente este problema – algo também importante para se conseguir um rápido resultado.
“Não sei o que se passa… ele é totalmente bondoso comigo… e eu não consigo…” queixou-se.
Com um filho do seu primeiro casamento, disse-me ter havido um processo traumático com a primeira relação conjugal, onde o anterior companheiro a teria afetado com bastante violência psicológica – a qual pela sua descrição, teria transgredido um limiar psicótico. Quando começou a demonstrar a intenção de querer separar-se, este seu ex-marido teria passado a dormir com uma faca na cama, ameaçando que a matava e se suicidava depois, deixando o filho de ambos para ser cuidado pelos avós… Naturalmente que esta situação terá despertado na cliente um pânico e preocupação extrema… Parecia ter de viver ou dormir com um inimigo… que a podia matar a qualquer momento, levando-a a temer também pelo seu filho. Mesmo após o divórcio, este homem tê-la-ia continuado a perseguir.
Porém, a relação com o atual companheiro era totalmente diferente, demonstrando o mesmo ser meigo – queixando-se da falta de amor que a cliente lhe permitia dar ou receber. Questionei-me naquele momento se a má experiência na relação anterior terá sido a origem do bloqueio da cliente na sua entrega ao amor…
Quando iniciámos a primeira sessão de TRM Patrícia foi a uma época onde se viu como uma criança a fugir, correndo no campo, em pânico. Estava num período de guerra e, quando se encontrava a brincar no quintal da sua habitação, uma bomba lançada pelos inimigos terá caído dentro da casa destruindo-a e matando toda a sua família. Esta criança fugia do medo da morte, do inimigo, da dor e da perda…
“As pessoas são más !!” Grita enquanto foge aterrorizada, correndo por um campo de searas. Tinha aqui já sido marcada a primeira perda de amor – as pessoas morrem sem se despedir. Outras matam quando estamos felizes a brincar.
Nunca mais voltou para aquele local e viveu o resto da sua vida sobrevivendo deprimida, com o terror dentro dela, fugindo do mundo. O medo de sofrer ou morrer, surge novamente mais tarde já adulta, quando é agredida por um homem no bairro pobre onde vivia. Tinha-se isolado, ninguém sabia da sua existência e nunca teria ultrapassado a perda que teve dos pais e irmãos que morreram, decidindo não se entregar a ninguém, vivendo o resto da sua vida sozinha, fragilizada e triste, mesmo após o período da guerra.
A violência do ex-marido de Patrícia, na vida atual, teria reaberto este ficheiro traumático. Também aqui tinha confiado num inimigo que a poderia agredir ou mesmo matar a ela e ao seu filho em qualquer momento. “Como pude ter confiado nele? Eu não posso entregar-me às pessoas daquela maneira…” – questionava-se zangada consigo própria. Neste primeiro casamento sentia que tinha dado tudo de si e que era como se tivesse ficado sem nada para dar agora… sentindo-se vazia por dentro, na sua capacidade de dar ou receber amor.
Entre o trabalho de Terapia Regressiva nesta primeira abordagem a uma vida passada, constelações de família com o seu ex-marido e a eliminação de padrões ligados ao bloqueio de dar e receber amor ou afetos, Patrícia informou-me depois desta sessão, que a sua permissão de receber carinho da parte do companheiro teria melhorado sensivelmente, assim como a sua disposição de humor. Porém ainda não se permitia a viver a sua vida sexual com satisfação. Quando o marido a abordava para umas carícias mais sensuais, era usual ele ainda continuar a ouvir um “não me apetece…” que tanto lhe era familiar.
É muito normal existirem nos casos de bloqueios sexuais a existência de padrões de família de culpas, ligadas a conceitos religiosos ou de pecado. Porém não teria encontrado nada que me indicasse qualquer aspeto ligado a esse tema.
Na sua segunda sessão a cliente foi sim a três vidas pretéritas suas em épocas diferentes, onde em todas elas foi vítima de algo relacionado com o bloqueio na área sexual. Na primeira vivência é uma jovem que está fugir numa estrada de terra. Perseguem-na várias pessoas. Prendem-na e batem-lhe com paus, gritando e acusando-a de algo que não parece compreender. Teria sido uma rapariga que, por não ter querido permitir alguém importante duma aldeia fazer sexo com ela, foi perseguida, agredida e queimada numa fogueira, acusada de ser bruxa, por vingança e poder desse mesmo homem. Estávamos então numa época de inquisição religiosa.
Como segunda existência foi uma camponesa casada e mãe já duma criança. Quando trabalhava no campo foi estrupada e morta com uma faca por um amigo do casal. Este homem pretendeu abordá-la com segundas intenções quando se encontrava sozinha e ela tentou-se defender. Forçou-a e, depois de abusar dela, matou-a para ninguém mais saber, deixando o corpo no campo. Ela teria confiado em alguém que não era merecedor de amizade. Perdeu aqui novamente a sua família. Assimila que pode perder a felicidade e o amor em qualquer momento. Com esta experiência questionei-me como se teria sentido Patrícia na sua vida atual, com um ex-marido com quem num dado momento se viu obrigada a submeter, pois este passou a dormir com uma faca na cama ameaçando matá-la…
Alguns programas funcionam como se tivessem um vírus – tal como uma doença que transportam para novos computadores. Criam vícios repetitivos e bloqueios que por vezes, fazem com que se questione o que estará a acontecer… por isso é muito normal uma perpetuação do mesmo processo em diferentes épocas, continuando infelizmente muitas vezes a repetir-se a mesma situação na vida atual.
Na terceira vida foi uma mulher atacada por um homem na sua própria casa, onde vivia sozinha. Este rasgou-lhe as roupas, espancando-a e violando-a. O nojo, a vergonha e a impotência, a dor e o medo foram traumáticos para esta personagem. O resto da vida foi-lhe difícil viver, deprimida e com vergonha do que lhe tinha sucedido. Nunca mais quis ter nenhuma relação na vida dela – passando a considerar que todos os homens não prestavam… Terá ficado também com medo da dor no ato sexual. No fim desta existência, sente-se sozinha e triste.
Para Patrícia a abordagem de afeto do marido até àquele momento trazia-lhe memórias de medos inconscientes, negação, sofrimento e perda. Também uma sensação de ter de lutar para sobreviver nos relacionamentos e mesmo uma certa vontade de fugir…
Após estas duas sessões em que se teria já desbloqueado os principais traumas, considerei preparar-lhe uma fórmula de essências vibracionais somente para estimulação da libido, que teria ficado estagnada durante um longo período.
Patrícia telefonou-me 15 dias após, só para me dizer que estava já muito contente pois a sua vida sexual tinha mudado. Posteriormente quando surgiu no consultório para nova sessão estava mais sorridente. Já existia prazer e orgasmo no ato sexual. Às vezes no entanto ainda se sentia inibida, pouco à vontade para ter a iniciativa com o companheiro e com alguma dificuldade ainda em sentir-se confortável ao tocá-lo. “Ainda sinto que posso melhorar mais…” disse-me. Supus que era então chegado o momento de deixar o considerado infinito e irmos para o que designamos por finito – a matéria, o momento atual.
Na sessão seguinte fomos diretamente ao seu programa inconsciente de “…eu não consigo !” e o pânico surge de imediato. Sintonizei-a com o período de nascimento. “Eu não quero sair daqui…” diz Patrícia com o corpo a tremer. “Eu não sei o que se passa lá fora… tenho medo !!” – é agora um bebé quando está para sair da barriga da mãe. O mundo lá fora é perigoso…
A dificuldade de sair do canal vaginal também estava em causa nesse momento. “Eu não consigo sair !!!” – grita transpirando aterrorizada. Finalmente consegue, mas com ajuda naquele momento do médico e com muita dificuldade. O seu nascimento nesta vida foi demorado, difícil, aterrador, doloroso. Logo após nascer ouve pessoas a falarem, muita confusão à volta. Não percebe o que dizem – tem medo. Quer ficar no seu cantinho quieta, pode ser que não lhe façam mais mal. Levam-na de seguida para outro sítio longe da mãe, ficando numa outra sala. Não compreende porque está ali sozinha. As pessoas passam e ninguém lhe presta atenção. Gostaria de ir ter com a mãe. O programa reabre aqui novamente o antigo medo da perda do amor que trazia consigo para ser trabalhado mais tarde… e finalmente alguém a pega ao colo e a leva para junto da sua progenitora querida. Sente-se melhor assim…
Terá sido necessário verificar-se todos os pormenores, limpar e alterar-se este seu antigo programa, pois não bastaria só saber-se o que lá se passou. Foi necessário reverem-se ficheiros que só continham lixo e substituir-se por algo bem mais saudável. Mexer-se em programas antigos sem se fazer a terapia adequada poderá servir simplesmente para despertar memórias deixando portas abertas, ou mexer-se em algum vírus que possa estar adormecido – em standby. Terá sido necessário fazer-se de novo o renascimento duma forma saudável e natural, bem como o corte do cordão umbilical – simbolicamente para se eliminar as ligações com o programa materno. Para a cliente talvez esta possa ter sido a sessão mais difícil.
Quando falei mais tarde com Patrícia ao telefone pude ouvir nela o soltar duma alegre gargalhada feliz de satisfação e de agradecimento, pois uma mulher totalmente completa e livre finalmente tinha renascido nela.
As três sessões de TRM já tinham dado os seus frutos…
Para mim também é importante saber se o “computador” e, naturalmente o seu cliente – a alma, gostam do novo software e, se este atingiu os objectivos pretendidos…
Obrigado Patrícia.
Bem-haja.
Benjamim Levy