Designa-se por reencarnação o retorno da alma a um corpo humano. O tema da reencarnação está em ascensão, sendo no entanto, com frequência atacado ou defendido com argumentos irrelevantes e inapropriados por vários tipos de pessoas. Talvez para alguns, seja o anúncio duma viragem para uma sociedade mais espiritual, possivelmente sobre a protecção de Aquário. Para outros talvez assinale nada mais do que a superstição que surge durante os períodos de transição duma época.
No entanto, porquê este tema é tão controverso? Talvez por pertencer a uma área de pensamento altamente sensitiva – a terra de ninguém entre a religião e a ciência. Pessoas que têm memórias aparentes de suas próprias vidas passadas constituem uma área de experimentação, dentro deste tema. Talvez não devêssemos duvidar de que essas experiências sejam a realidade que declaram ser, assim como também talvez não devêssemos acreditar do que vai para além de uma sóbria análise e apreciação.
Certamente existem exemplos interessantes nos dados que emergem das experiências e dos estudos sobre a existência de vidas passadas. Algumas delas serão através do grande cientista e professor Dr. Ian Stevenson, médico psiquiatra que dedicou a sua vida à investigação científica sobre casos sugestivos de reencarnação.
Este psiquiatra, para além da sua impecável credencialidade que já existia antes de se dedicar à área da parapsicologia, tornou-se posteriormente Director da Divisão de Estudos de Personalidade da Universidade de Virgínia, dedicando mais de quarenta anos de sua vida na pesquisa e elaboração de documentação científica de Memórias de Vidas Passadas, principalmente em crianças espalhadas por todo o Mundo. Este cientista tem para cima de 3000 casos devidamente testados, comprovados e reconhecidos nos seus registos, na sua maioria de crianças, que se lembravam espontânea e conscientemente (sem ser em estado hipnótico), da última das suas vidas passadas. Estas crianças tinham recordações de pormenores da sua vida anterior, dos seus hábitos e de suas experiências dessa mesma vida, que só poderiam ser conhecidas pela própria personagem dessa época e confirmadas por algum parente próximo do mesmo, – normalmente o pai ou mãe.
Estas crianças também reagiam e tinham emoções que se adaptavam com a personalidade dessa mesma vida passada e, muitas delas, insistiam que queriam regressar à sua família anterior, mesmos que fossem castigadas por dizê-lo. Todas elas falavam da “outra família” dando detalhes tais como o seu anterior nome, o nome da localidade ou vila, como morreram, o nome dos pais, irmãos e irmãs, tios, etc. Mais do que isto, a maioria tinha actualmente capacidade para falar e responder a questões no sotaque ou na forma de linguagem (conhecida por xenoglossia), ou talvez relembrar canções ou danças da sua anterior vida. Na maioria dos casos poderiam ter pertencido anteriormente a uma família de diferente etnia, religião, meio social, localização geográfica (vila ou mesmo país), donde vivia a sua vida com a actual família. A grande maioria destas crianças começavam a contar sobre esta “outra família” aos seus pais actuais, assim que podiam começar a articular a conversação.
Parte do trabalho do Dr. Stevenson era encontrar esta outra família passada e, se ainda estivessem vivos, conjugar a ida destas crianças, se possível, a este seio familiar, comprovando a realidade dos factos que eram contados pelas mesmas sobre os pormenores desta outra vida. Os casos que ficavam aprovados como verídicos pelo estudo do Dr. Stevenson foram devidamente investigados e testados, de modo a não poderem existir quaisquer possibilidades de imaginação, erro ou fraude. Em centenas destes casos, a criança fez cerca de quarenta declarações específicas de pormenores particularmente íntimos da sua vida anterior que mais ninguém poderia saber, a não ser o próprio ou alguém que também estivesse envolvido nessa particular circunstância com ele, tal como por exemplo um segredo que tivesse contado somente a uma dada pessoa, ou uma disputa ou rivalidade que teria tido com alguém em particular. Em todos os casos ambas as famílias nunca se tinham conhecido ou tido qualquer contacto prévio antes deste ter sido proposto pelo Dr. Stevenson, vivendo em localidades ou países distantes, sendo na grande maioria de origem pobre, sem possibilidade de se deslocar a grandes distâncias, em localidades na Índia, Sri Lanka, Sul da Ásia, Oeste de África, Líbano, entre etnias de Nativos Americanos, etc., sendo estes estudos sempre feitos em culturas e religiões onde a reencarnação é aceite.
Através dos vários livros publicados pela investigação do Dr. Stevenson, encontramos também informações sobre as chamadas marcas de nascença, ou seja, marcas que existem na pele sem nenhuma razão física plausível. Entre os casos comprovados de crianças que têm memórias de vidas passadas, algumas têm estranhas marcas de nascença ou deformidades físicas, que parecem ter relação com a forma como a pessoa morreu na sua vida anterior. Em alguns casos, Dr. Stevenson teve possibilidade de acesso ao registo da autópsia da anterior personagem, o qual demonstrava a similaridade dos desenhos ou fotografias do registo da autópsia que demonstravam a forma como morreu, com as marcas de nascença da actual criança. Em diversos casos a criança relembrava-se de ter sido morta a tiro ou esfaqueada na sua vida anterior, bem como de outros detalhes dessa mesma vida passada. Entre os vários exemplos, podemos salientar o caso de um rapaz que se lembrava da sua vida anterior, possuindo marcas de nascença no seu peito que pareciam várias cicatrizes – às quais o mesmo deu-lhes o nome relacionado com a personagem dessa outra vida. Dr. Stevenson procurou através desse nome no registo de autópsias e soube que uma criança com aquele nome tinha sido morta a tiro de espingarda disparada numa zona do peito. O local dos buracos do disparo registados na autópsia através dum desenho tinha bastante semelhança com os locais das marcas de nascimento deste rapaz, além de que todos os pormenores contados pelo mesmo sobre aquela vida passada terem sido exaustivamente correctos com os factos particulares da vida daquele rapaz falecido. Entre os chamados defeitos de nascença ou anormalidades físicas de nascença, existem também vários exemplos, entre os quais o de um outro jovem que nasceu com uma deformidade no braço direito. Segundo o mesmo dizia, ele próprio teria querido nascer assim porque na sua vida anterior teria morto a mulher que amava. Segundo as investigações feitas sobre uma determinada pessoa falecida alguns anos antes num outro local, à qual chegaram através da localização que este jovem deu, todos os elementos e particularidades narradas pelo mesmo eram coincidentes, até aos mais ínfimos aspectos particularmente pessoais, reconhecidos por familiares do jovem falecido, que confirmaram todos os pormenores, nomeadamente os envolvidos com o falecimento daquela personalidade.
Um particular aprofundamento sobre estes estudos tem demonstrado que as memórias espontâneas de vidas passadas são mais fáceis em crianças de tenra idade, quando ainda não existem condições de bloqueios a nível mental sobre estas memórias. Muitas crianças, quando começam a falar sobre este tema são também pressionadas pelos pais para o esquecer, o que faz com a mesma se sinta constrangida e acabe por anular tais memórias. Outro aspecto interessante destes estudos parece demonstrar estatisticamente que quanto mais novo em idade o ser humano falece, mais rápidamente poderá o mesmo reencarnar noutro corpo.
Através da pesquisa e experiência feitas por vários psiquiatras e psicólogos em Terapia Regressiva de Memória a Vidas Passadas, sabe-se que traumas relacionados com a forma como vivemos ou morremos podem afectar a nossa vida actual, na nossa forma de estar, viver, pensar e reagir. Porém, através do estudo do Dr. Stevenson acabamos por confirmar que existem também acontecimentos ou traumas que afectam não só áreas do nível mental, emocional ou espiritual do ser humano, mas também consequentemente áreas do nível físico.
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